6 de janeiro de 2009

Bem vindo

Caro leitor,

Este blog tem a pretenção de apresentar a minha jornada no catolicismo. Sou batizado na
Igreja Católica desde recém nascido, fiz catequese na pré-adolescência, porém me converti à religião, eu e minha namorada, num encontro da Renovação Carismática Católica (RCC) em fevereiro de 2003, quando tinha 20 anos. Como sou obcecado pela leitura e estudo, daí em diante imergi na leitura de livros escritos pelo pessoal da RCC, especialmente os autores da Canção Nova, comunidade e canal de TV que inspira a maioria dos carismáticos brasileiros.

A conversão via RCC tem seus impactos peculiares. Hoje entendo que há um alto grau de subjetivismo religioso imperceptível ao iniciado leigo. Tal traço estava presente na minha conversão e um equivocado dogmatismo doutrinal foi inevitável. Ainda assim, não deixo de ser grato à RCC pela oportunidade de ter me mostrado, em última instância, que Deus era importante e também muitas verdades sobre a Igreja, a doutrina etc. Participei ativamente do grupo da RCC aqui de Santa Bárbara do Sul – RS, durante uns quatro anos. Não me afastei por motivos doutrinais, mas pessoais, lá pelo fim de 2006. Desde então, porém, não deixei de me interessar e ler sobre ser cristão. Mesmo afastado de alguma participação ao grupo, meu espírito sempre esteve de alguma forma voltado à Deus.

Sou inquieto intelectualmente e isto me levou a percorrer alguns caminhos que me afastaram ainda mais da RCC. Esta convicção intelectual e espiritual veio da própria experiência do que andava vendo e ouvindo e se reforçou rapidamente com a leitura do livro do Pe. Zezinho Meu Jeito de ser Católico (sábia indicação do meu amigo Diego Fernandes) onde o padre mostra com notável clareza e equilíbrio os excessos religiosos cometidos em nome de Deus. Então notei diversos fenômenos que ocorrem com muita freqüência entre os membros da RCC (não generalizo, pois creio primeiramente que mesmo as pessoas que cometem os excessos são na maioria pessoas de boa vontade e também não negligencio que há pessoas com boa formação teológica, doutrinal e filosófica dentro da RCC, o que os torna equilibradas e evitam excessos). Mas o livro do Pe. Zezinho foi um aviso de que eu podia ficar de consciência tranqüila por não aceitar certos comportamentos de alguns membros, inclusive lideranças muito queridas. Minha fé e mesmo meu catolicismo não estariam nem minimamente comprometidos por não acatar alguns comportamentos dos membros da RCC, que então entendi serem excessivos e até equivocados.

Hoje estou atravessando um divisor de águas. Após meu afastamento corporal do grupo, passei por um afastamento religioso e recentemente se confirma um afastamento intelectual e finalmente um afastamento afetivo da RCC. Noto que convém que sejamos católicos ou cristãos, sem jamais definir a nossa fé baseado na liderança, no carisma ou o que for, de determinado líder ou grupo específico dentro da Igreja. Tenho procurado entender e praticar o ecumenismo ou o equilíbrio entre fé e razão. Viver o Catolicismo Apostólico Romano.

Hoje tenho lido livros que fornecem um alimento mais sólido daqueles de motivação espiritual escritos por membros de grupos internos da Igreja que antes parecem querer arrebatar fiéis para o grupo, dado que fazem entender que é nele que Jesus Cristo "age mais". Importante dizer que "católico" significa UNIVERSAL ou para todos. De modo que a graça de Deus jamais se limita ao campo de ação de algum grupo especial ou mesmo de determinada igreja ou religião. À Graça não há limites geográficos ou territoriais, tampouco raciais, étnicos ou doutrinais.
Portanto, autores como Chesterton e outros gigantes estão me auxiliando na reordenação do meu catolicismo. Por isso quero partilhar aqui a minha jornada. Além disso, procurarei ir escrevendo (e publicando artigos de outros autores que julgo reveladores da fé católica) à medida que for lendo e formando uma síntese sobre os diversos assuntos que envolvem a fé em Deus, a adesão à Igreja Católica e a prática religiosa, enfim, sobre o meu catolicismo, que no momento rogo que seja menos errante a cada dia.

Um comentário:

  1. Lucas: como é lindo acompanhar um processo de conversão profunda como a sua! Nossa igreja é universal, mas a Igreja propriamente dita somos nós! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado! Deus te abençoe! Um abraço Nelson.

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